Em outubro de 2024, a Elefante Manga lançou o seu primeiro álbum de estúdio, que carrega o nome do grupo paulista. Gravado no Estúdio El Rocha e com a produção de Fernando Sanches, o primeiro LP da banda traz um cartão de visita que ajuda a explicar o seu nome, uma vez que ele tem o peso de um elefante, ao mesmo tempo que traz a energia e o fresco de uma manga-rosa.

Assim, o quarteto, que é formado por Jorge (vocal), Irlandês (guitarra), Zang (baixo) e Bagual (bateria), inicia a trilogia conceitual, baseado no mito da caverna de Platão, no qual o eu-lírico se aventura pelos desafios da cidade grande. Assim, em uma mescla de influências, entre eles o heavy rock setentista e o grunge dos anos 90, as letras trazem reflexões filosóficas e sociais, transitando entre o existencialismo, a resistência e as durezas do cotidiano.

Confira a resenha faixa a faixa:

MESMO QUE NÃO QUEIRA

Primeiro single da banda, Mesmo Que Não Queira nos dá o início do universo do álbum. A faixa nos traz uma reflexão sobre a brevidade do tempo, a vaidade excessiva e a falta de empatia, com uma sonoridade um pouco mais leve que nos prepara para o refrão marcante e rasgado, como quem prepara um grito de despertar para a realidade.

ELEFANTE

Com uma sonoridade que lembra justamente um elefante passando por uma cidade, a quase faixa-título do álbum e da banda tem no existencialismo e na moral universal as suas inspirações, com Jean-Paul Sartre sendo parafraseado na frase “Somos o que fazemos com o que fizeram de nós”.

BECO

Exalando revolta e com muita atitude, Beco soa como um grito contra aqueles que tentam passar a perna nos outros. Em sua letra, a banda traz auto afirmação e resistência, refletindo sobre o caos da fauna urbana e a importância da dúvida como caminho.

EU NÃO VOU

Seguindo com suas mensagens precisas, em Eu Não Vou, a Elefante Manga faz um chamado contra a opressão. Mais uma vez com resistência somado à transformação pessoal, a letra traz a importância de não abaixar a cabeça para quem se vê superior, mesmo em casos extremos.

SE APROXIMANDO

Música mais introspectiva do álbum, Se Aproximando foi escrita em um período de luto, sendo inspirada pela perda de uma grande amiga do vocalista, Jorge. Com um tom sombrio, a música traz a sensação de presença, ao mesmo tempo que passa a tentativa de superação da dor.

A CALMA E O CAOS

Assim que nem Elefante, A Calma e o Caos também é inspirada em um filósofo. Refletindo sobre a frase de Nietzsche, que diz que “Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você”, a letra reflete sobre os momentos de escuridão, porém, passando a ideia de resistência como oposição.

FAROL

Composta quando Jorge conheceu a sua atual namorada, Farol é a única balada do disco e reflete o momento em que duas pessoas se conhecem, fazendo referência a navegantes passando por um oceano de possibilidades.

LADO DE LÁ

Com um refrão marcante, a música Lado de Lá fala sobre a vida noturna, bem como os seus encantos e perigos. Com uma sonoridade que lembra quem está curtindo uma festa noturna, a letra reflete sobre o fascínio pelas madrugadas e os excessos que acontecem nelas.

OCO

Continuando a contar sobre a noite na cidade de São Paulo, Oco se destaca pelos três andamentos diferentes durante a música. Assim, inspirado em experiências vividas pelos membros da banda, a letra volta para o eu-lírico do álbum, que está questionando sua lucidez enquanto está perdido entre a realidade e o delírio.

FORÇA MOTRIZ

Fechando o álbum, Força Motriz encerra a primeira parte da história do eu-lírico, retratando a reconstrução do personagem após suas quedas e a sua perspectiva pro futuro, de modo a fechar o álbum com uma reflexão sobre mudança, superação e a ilusão da escolha na vida. em riffs marcantes e uma influência de reggae no refrão.

FICHA TÉCNICA
Gravado, mixado e masterizado entre dezembro de 2023 e julho de 2024 no Estúdio El Rocha, em São Paulo.
Produzido e masterizado por Fernando Sanches.
Co-produzido e mixado por Michael Nakabayashi.
"MESMO QUE NÃO QUEIRA" e "LADO DE LÁ" produzidas por Fernando Sanches e Ariel Borges.
Participação especial: Santiago Boasso (Wurlitzer em "Farol").
Arranjos: Elefante Manga.
Vocal: Jorge
Guitarra: Irlandês
Baixo: Zang
Bateria: Bagual

Ouça Elefante Manga abaixo: